Uma vida em 3x4

Abro aqui um ajanela 3x4 da minha vida Talvez você goste Talvez não Talvez você nem entenda E se isso acontecer, é sinal de que você é normal!!!

25 abril 2006

A atriz



Olha, será que ela é moça

Será que ela é triste

Será que é o contrário

Será que é pintura

O rosto da atriz

Se ela dança no sétimo céu

Se ela acredita que é outro pais

E se ela só decora o seu papel

E se eu pudesse entrar na sua vida

Olha, será que é de louça

Será que é de éter

Será que é loucura

Será que é cenário

A casa da atriz

Se ela mora num arranha-céu

E se as paredes são feitas de giz

E se ela chora num quarto de hotel

E se eu pudesse entrar na sua vida

Sim, me leva para sempre, Beatriz

Me ensina a não andar com os pés no chão

Para sempre é sempre por um triz

Ah, diz quantos desastres tem na minha mão

Diz se é perigoso a gente ser feliz

Olha, será que ela é uma estrela Será que é mentira

Será que é comédia

Será que é divina

A vida da atriz

Se ela um dia

Despencar do céu

E se os pagantes exigirem bis

E se um arcanjo passar o chapéu

E se eu pudesse 'entrar na sim vida
(Beatriz / Chico Buarque)

18 abril 2006

.........




Estranhos tem sido meus dias.

Confusos os meus pensamentos.

Duvidas pairam em minha mente, procuro explicação para o inexplicável, isso me deixa confusa.
Todas as minhas certezas de uma hora pra outra se tornaram dúvidas.

Meu corpo parece ser simplesmente um abrigo de coisa nenhuma.

Quem sou eu?
Ou talvez a pergunta mais correta seja: O que sou eu?
Tantos sonhos inacabados e tantos outros ainda para serem iniciados.

Tanta coisa para serem vividas ou talvez já não reste mais vida
Talvez não exista mais nada além do presente.

Meu coração esta aflito, meu espírito geme.

Um misto de alegria e tristeza
Ansiedade e confiança
Aflição, paz e tantas outras sensações que desconheço.

Quero estar onde não estou e voltar de onde nunca fui...

E a vida??

Ela simplesmente passa!!

E eu...

Gostaria de por ao menos alguns momentos silenciar meus pensamentos.

Ser apenas um espelho do desejo alheio
Mas dentro de mim existe mais.

Queria poder ser facilmente convencida, ser mais fútil...
Queria preencher meus pensamentos com dúvidas do tipo: “loiro ou moreno”, “preto ou branco”, “saia ou calça”, mas minhas idéias me perturbam, não consigo simplesmente existir...
Não posso simplesmente aceitar.

Lá dentro esta escuro, e muitas vezes eu não consigo acreditar que tudo é verdade, que desta vez vai dar certo.

Quero gritar, mas a voz não sai, quero calar, mas o grito não deixa.

Quero você, mas minha razão te rejeita.

Quero um amor sincero, quero poder ser capaz de fazer alguém que amo me amar...

Talvez eu não seja capaz...

Talvez seja sedo, ou talvez tarde de mais.

Quero poder fazer simplesmente o que me dá vontade, mas minha razão não deixa.

Quero jogar tudo para o auto e simplesmente sair por ai...falando de um amor que eu nem sei bem se é real em mim.

Quero poder ter o Pai pertinho de mim, e acreditar de novo que
Ele me entende, me ouve...

17 abril 2006

Avesso



Sempre chega a hora da solidão


Sempre chega a hora de arrumar o armário


Sempre chega a hora o poeta plêide


Sempre chega a hora que o camelo tem sede


O tempo passa e engraxa a gastura do sapato


Na pressa a gente não nota que a lua muda de formato

Possoas passam por mim pra pegar o metrô


Confundo a vida ser um longa metragem


O diretos segue o seu destino de cortar as cenas


E o velho vai se tornando fraco esvaziando os frascos


E já não vai mais os cinema



Tudo passa e eu ainda ando pensando em você



Penso quando você partiu sem olhar pra tráz


Como um navio que vai ao longe e já nem se lembra do cais


Os carros na minha frente vão indo e eu nunca sei pra onde


Será que é lá qe você se esconde



A idade aponta na falha dos cabelos


Outro mês aponta na folha do calendário


A senhora vão trocando o vestuário


As meninas viram as págias do diário


O tempo faz tudo valer a pena


E nem o erro é desperdício


Tudo cresce e o inicio


Deixa de ser inicio


E vai chegando ao meio


Ai, começo a pensar que nada tem fim...

05 abril 2006

O fim


A cortina se fecha.

A luz se apaga

E não ouço o som dos aplausos

O espetáculo acabou.


Dias e dias sonhando, pensando, imaginando.

Ainda em pé no meio do palco vazio

Pego uma pequena maleta,

Guardo minha festa

E me surpreendo ao ver

Que ela se acomoda tão bem naquele pequeno espaço

Olho para lugar nenhum

Pego aquela maleta leve na mão

E caminho em direção ao nada



A cortina se fecha

A luz se apaga

E não ouço o som dos aplausos

O espetáculo acabou




"Por que razão todos os que foram homens de exceção no que concerne à filosofia, à poesia ou às artes, são manifestamente melancólicos?" (Aristóteles).

04 abril 2006


Olhei-me no espelho procurando meus reflexos. Não me encontrei. Tinha olhos pequenos que pareciam incapazes de demonstrar qualquer sentimento.

Via-me, porem não me enxergava. Tinha medo do mundo que criei pra mim, medo de ter que olhar a vida fora dele, medo de admitir que a pessoa que eu via refletida não era real, não tinha uma história real.

Olhando para o reflexo no espelho questionava-me sobre o que teria dado errado, onde teria errado.

Minha voz já não é capaz de dizer nada, meu olhar vaga vazio sem saber pra onde olhar, minha mente já não acredita e minha alma já não sonha.
Não faz mais sentido...